Gestação e Parto
Durante a gestação, a musculatura do assoalho pélvico sofre um prolongado teste de resistência. Sustentando, além dos órgãos pélvicos, o bebê, o novo útero e todos os demais anexos embrionários (placenta, cordão umbilical, etc.), o aumento de peso varia normalmente de 10 a quase 20 kg (sendo o ideal 11 kg).
Neste período, uma MAP forte oferece maior apoio ao útero, reduzindo a pressão sobre a bexiga e diminuindo as dores lombares, tão comuns às gestantes, especialmente nos últimos meses.
O parto é o maior teste de força, resistência e elasticidade para todo o assoalho pélvico, especialmente para a musculatura. Uma MAP(musculatura assoalho pelvico) forte permite uma recuperação melhor e muito mais rápida
Saber relaxar a MAP (através de exercícios de coordenação motora) auxilia a passagem mais tranqüila do bebê no momento do parto. Manter a MAP forte (através de exercícios de fortalecimento) diminui a dor nas costas durante a gestação, evita lesões durante o parto e, se alguma lesão acontecer, garante uma recuperação melhor e mais rápida.
Função da MAP durante a gestação
A gestação é um período de grandes mudanças corporais e psicológicas na vida da mulher. Apesar de natural, este estado exige alguns novos cuidados para com a saúde. Hoje já é sabido que, dentre estes cuidados, os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) são indispensáveis.
A MAP fecha a parte inferior da pelve. Por este motivo eles acabam sustentando o peso dos chamados órgãos pélvicos (útero, ovários, bexiga, etc.), mantendo-os em suas posições normais dentro da cavidade pélvica, e sendo exigida constantemente durante toda a vida a mulher para estabilizar qualquer tipo esforço, por menor que seja.
Os órgãos são sustentados por ligamentos e fáscias (elásticos biológicos que prendem os órgãos aos ossos). Como qualquer elástico, os ligamentos e fáscias não podem ser submetidos à tensão constante: eles podem ser exigidos apenas em períodos curtos de tempo. Do contrário eles vão sofrendo micro lesões e por fim podem vir a ser rompidos. Quem evita este tipo de sobrecarga, e, portanto de lesão, é justamente a MAP, que se contrai vigorosamente empurrando os órgãos para cima durante os esforços, protegendo o trabalho dos ligamentos.
Quando a MAP está fraca os ligamentos são lesionados e falham em sua função de sustentação. Então os órgãos saem de sua posição natural (descem), ocasionando problemas como os prolapsos genitais e a incontinência urinária, comum em mulheres em todas as faixas etárias. No entanto, estes problemas são muito mais comuns em mulheres com um ou mais partos.
Durante a gestação, como se pode imaginar, a sobrecarga na MAP é radicalmente aumentada. Afinal, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos agora ela precisa sustentar todo o peso do bebê e dos anexos embrionários (placenta, líquido amniótico, etc.), durante todo o dia - especialmente quando a mulher está em pé ou sentada.
Por este motivo seria ideal que a mulher, ao planejar ter filhos, treinasse sua MAP antes e durante a gestação. Os treinos de força, de coordenação motora da MAP e a massagem perineal são exemplos de terapias bastante úteis para minimizar os problemas descritos.
Ainda, é importante lembrar que problemas como incontinência urinária e prolapso genital podem surgir tanto no pós-parto imediato quanto tardiamente (anos depois).
Durante a gestação, MAP fortes oferecem um apoio maior ao útero, o que reduz a pressão sobre a bexiga e diminui as dores lombares, comuns neste período; evitam a sobrecarga nas fáscias e ligamentos, reduzindo o risco de prolapso genital e garantem uma recuperação mais rápida e tranqüila após o parto.
Importância da MAP no parto vaginal ou cesáreo.
O maior causador de lesão do assoalho pélvico é o parto. As lesões que originam os prolapsos genitais, por exemplo, podem ser visualizadas em mulheres que têm filhos, mas quase não é encontrado nas nulíparas (mulheres sem filhos), o que indica que o parto deve ser o maior responsável por estas lesões.
Mas ao contrário do que se pode imaginar, não é o parto normal o único responsável por este tipo de lesão. As lesões do assoalho pélvico ocorrem durante o segundo estágio do trabalho de parto (ou período expulsivo), onde as contrações uterinas mais fortes fazem com que a cabeça do bebê seja projetada repetidamente contra o assoalho pélvico. É neste período que acontece a dilatação do colo uterino.
É importante frisar que o período expulsivo está presente tanto no parto normal quanto na maioria dos partos casarios. É comum que a cesárea seja iniciada quando o colo uterino já começou a se dilatar, ou seja, com o período expulsivo já iniciado. Em suma, ao serem alcançados os nove centímetros de dilatação do colo uterino, o que havia para ser lesionado já o foi.
Músculo preparado corre menos risco de lesão. Assim, a mensagem que fica é que, tanto para o parto normal quanto para a cesariana, a MAP deve ser preparada - com exercícios. Em conjunto, os treinos de força, de coordenação motora da MAP e a massagem perineal durante a preparação para o parto, todos executados por fisioterapeuta especializado, podem minimizar em muito os riscos.
A lesão da MAP pelo parto desaparece logo ou é duradoura?
Durante a passagem do bebê a MAP é distendida mais de três vezes acima de sua capacidade normal de resistência. Ainda, durante o encaixe e expulsão do bebê, a inervação local sofre um longo período de compressão. A compressão contínua de uma inervação dificulta sua oxigenação e pode comprometer seu funcionamento. Na prática, um nervo lesionado leva ao mau funcionamento das estruturas inervadas por ele, no caso, a MAP, bexiga, uretra, vagina e esfíncter anal.
De fato, estudos vêm mostrando que a função elétrica (funcionamento) do nervo pudendo (que inerva a região urogenital) é reduzida em mulheres que tiveram partos, especialmente partos normais.
Mas, normalmente, as lesões por compressão nervosa tendem a regredir em algumas semanas ou, nos casos de partos mais demorados, logo nos primeiros meses.
Já para os casos de lesão muscular ou ligamentar, a correção normalmente precisa ser cirúrgica. Em alguns casos, mais brandos, exercícios específicos de fortalecimento da MAP podem fazer com que essa musculatura melhore a sustentação dos órgãos pélvicos, não necessitando cirurgia.
Não é difícil imaginar que se a MAP contrair-se durante a passagem do bebê, a lesão pode ser maior. Desta forma, mulheres que exercitam regularmente sua MAP, apresentando assim um grau maior de coordenação motora e controle da musculatura, apresentam grande vantagem.
Mulheres que dominam os exercícios perineais têm maior facilidade em relaxar a MAP para permitir a passagem mais tranqüila do bebê, e ao mesmo tempo contrair os abdominais, ajudando na expulsão. A respiração lenta e profunda trabalhada nestes exercícios ajuda a economizar energias para o momento da expulsão.
Para o parto normal, o movimento exigido da mulher é exatamente o mesmo utilizado na segunda etapa dos exercícios com o *ben wa: contração da musculatura abdominal e relaxamento da MAP. Contudo, exercícios não orientados durante a gestação oferecem grande risco, e, portanto só são indicados com o aval de um profissional competente.
Outra técnica útil na preparação para o parto vaginal é a massagem perineal. Quando realizada de maneira correta, no período certo e com freqüência adequada ela tende a aumentar na elasticidade e alongamento da entrada da
vagina, importante para o momento da passagem do bebê. Pode-se inclusive minimizar ou até evitar a necessidade de episiotomia (pequeno corte realizado pelo obstetra na entrada do canal vaginal para facilitar a passagem do bebê).
*O que é Ben Wa?
Em toda a região da Índia os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) é há milênios transmitidos de mãe para filha, como uma forma de fazer a mulher mais feliz consigo mesma, além de melhor esposa e mãe. Isso porque esses exercícios, praticados de maneira regular, melhoram a gestação, o parto e ainda potencializam extraordinariamente o desempenho sexual.
Foi lá que surgiu o ben wa, um dispositivo interessante no auxílio da identificação da MAP, bem como no treino de força e coordenação motora desta musculatura. Este pequeno aparelho é formado por duas ou mais esferas (normalmente com cerca de 5 cm de diâmetro), ligadas uma-a-outra por um cordão flexível. Elas devem ser inseridas e expulsas da vagina a partir de movimentos que trabalham a MAP e os abdominais.
Os movimentos aprendidos e aperfeiçoados com o ben wa eram utilizados inicialmente pelas mulheres tailandesas na prática do pompoarismo, uma série de exercícios desenvolvidos para potencializar o desempenho sexual da mulher. Hoje o ben wa atravessou as fronteiras daquele país, popularizando-se mundialmente e sendo conhecido como as bolinhas tailandesas.
É importante lembrar que o treino com o ben wa é voltado especificamente para o ganho de coordenação motora, não sendo seu foco principal o ganho de força. Mesmo assim, como todo treino de coordenação, ele acaba invariavelmente incrementando em alguns graus a força muscular. Para quem busca especificamente graus maiores de força, o instrumento melhor indicado seria o cone vaginal.
Exercícios de Kegel
PROTOCOLO
Classicamente, cada contração deve ser o mais vigorosa possível e durar 2 segundos. O intervalo de descanso entre cada contração deve ser de 2 a 3 segundos. Geralmente são feitas 10 contrações, duas ou três vezes ao dia.
Hoje a duração das contrações e o número de repetições variam de acordo com cada caso em particular, de acordo com a avaliação do fisioterapeuta. Os resultados podem ser sentidos logo em algumas semanas, ou em alguns casos meses. A duração do efeito depende geralmente de um programa mais leve, para a manutenção da força conseguida.
De um modo geral, os Exercícios de Kegel consistem em contrair a musculatura do assoalho pélvico.
COMO FAZER
Preferencialmente a mulher deve estar confortavelmente sentada e com as mãos repousando sobre as coxas. Porém, conforme vai se adquirindo prática, os Exercícios de Kegel podem ser realizados durante quase todas as atividades cotidianas, como durante o banho, os afazeres domésticos, no trânsito, assistindo TV... É importante criar o hábito diário e manter um horário fixo, para favorecer a regularidade do exercício.
Pode acontecer de nos primeiros dias a mulher sentir algum desconforto no local, principalmente aquelas não habituadas a este tipo específico de exercício. O desconforto é relativo à fadiga muscular, um cansaço normal de qualquer exercício físico para o qual não se está habituado. Deve desaparecer ainda na primeira semana, com a continuação do treino. Em caso de dor intensa ou persistente, o treino deve ser imediatamente descontinuado, e buscada orientação profissional.
Importante: Toda mulher a partir dos 18 anos de idade deve exercitar constantemente sua MAP mesmo que apenas com os Exercícios de Kegel, para que possam ser prevenidos prolapsos genitais ou incontinências urinárias, bem como gestação e parto mais tranqüilos e seguros
HISTÓRICO
Por volta de 1945, o médico ginecologista norte americano Arnold Kegel (pronuncia-se Kêguel) reparou que suas pacientes que sofriam de incontinência urinária após a gestação apresentavam quase sempre um visível enfraquecimento da MAP. A partir desta correlação ele imaginou que o fortalecimento da MAP deveria corrigir a incontinência urinária, e o guiou a desenvolver uma série de exercícios para a reabilitação desta musculatura, conhecidos hoje como Exercícios de Kegel em sua homenagem.
Kegel descreveu resultados surpreendentes: praticamente todas as pacientes tiveram resultados positivos. Foi registrado, em todas elas, no mínimo alguma redução na incontinência, sendo que em alguns casos o problema havia sido totalmente eliminado.
Para maior surpresa do médico, algumas das pacientes relataram uma melhora significativa no prazer durante o relacionamento sexual. Algumas delas que, por exemplo, nunca havia sentido um orgasmo anteriormente, experimentavam pela primeira vez desta sensação, simplesmente pela estimulação da MAP através daqueles exercícios tão simples. Kegel publicou uma série de artigos descrevendo a relação entre a função do assoalho pélvico com a continência urinária e o desempenho sexual da mulher, que serviram de base para a fisioterapia uro-gineco-obstétrica contemporânea.
Nota: Nem todos os casos de disfunção do assoalho pélvico são inerentes à fraqueza da MAP. Em alguns casos a falha é dos ligamentos e/ou fáscias (elásticos anatômicos que sustentam os órgãos) ou da musculatura lisa (que compõe parte da uretra e vagina, por exemplo). Nestes casos o treinamento da MAP pode resultar em muito pouco (ou nenhum) resultado prático. Consulte um fisioterapeuta especialista para conhecer seu diagnóstico funcional.
Durante a gestação, a musculatura do assoalho pélvico sofre um prolongado teste de resistência. Sustentando, além dos órgãos pélvicos, o bebê, o novo útero e todos os demais anexos embrionários (placenta, cordão umbilical, etc.), o aumento de peso varia normalmente de 10 a quase 20 kg (sendo o ideal 11 kg).
Neste período, uma MAP forte oferece maior apoio ao útero, reduzindo a pressão sobre a bexiga e diminuindo as dores lombares, tão comuns às gestantes, especialmente nos últimos meses.
O parto é o maior teste de força, resistência e elasticidade para todo o assoalho pélvico, especialmente para a musculatura. Uma MAP(musculatura assoalho pelvico) forte permite uma recuperação melhor e muito mais rápida
Saber relaxar a MAP (através de exercícios de coordenação motora) auxilia a passagem mais tranqüila do bebê no momento do parto. Manter a MAP forte (através de exercícios de fortalecimento) diminui a dor nas costas durante a gestação, evita lesões durante o parto e, se alguma lesão acontecer, garante uma recuperação melhor e mais rápida.
Função da MAP durante a gestação
A gestação é um período de grandes mudanças corporais e psicológicas na vida da mulher. Apesar de natural, este estado exige alguns novos cuidados para com a saúde. Hoje já é sabido que, dentre estes cuidados, os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) são indispensáveis.
A MAP fecha a parte inferior da pelve. Por este motivo eles acabam sustentando o peso dos chamados órgãos pélvicos (útero, ovários, bexiga, etc.), mantendo-os em suas posições normais dentro da cavidade pélvica, e sendo exigida constantemente durante toda a vida a mulher para estabilizar qualquer tipo esforço, por menor que seja.
Os órgãos são sustentados por ligamentos e fáscias (elásticos biológicos que prendem os órgãos aos ossos). Como qualquer elástico, os ligamentos e fáscias não podem ser submetidos à tensão constante: eles podem ser exigidos apenas em períodos curtos de tempo. Do contrário eles vão sofrendo micro lesões e por fim podem vir a ser rompidos. Quem evita este tipo de sobrecarga, e, portanto de lesão, é justamente a MAP, que se contrai vigorosamente empurrando os órgãos para cima durante os esforços, protegendo o trabalho dos ligamentos.
Quando a MAP está fraca os ligamentos são lesionados e falham em sua função de sustentação. Então os órgãos saem de sua posição natural (descem), ocasionando problemas como os prolapsos genitais e a incontinência urinária, comum em mulheres em todas as faixas etárias. No entanto, estes problemas são muito mais comuns em mulheres com um ou mais partos.
Durante a gestação, como se pode imaginar, a sobrecarga na MAP é radicalmente aumentada. Afinal, além de sustentar o peso constante dos órgãos pélvicos agora ela precisa sustentar todo o peso do bebê e dos anexos embrionários (placenta, líquido amniótico, etc.), durante todo o dia - especialmente quando a mulher está em pé ou sentada.
Por este motivo seria ideal que a mulher, ao planejar ter filhos, treinasse sua MAP antes e durante a gestação. Os treinos de força, de coordenação motora da MAP e a massagem perineal são exemplos de terapias bastante úteis para minimizar os problemas descritos.
Ainda, é importante lembrar que problemas como incontinência urinária e prolapso genital podem surgir tanto no pós-parto imediato quanto tardiamente (anos depois).
Durante a gestação, MAP fortes oferecem um apoio maior ao útero, o que reduz a pressão sobre a bexiga e diminui as dores lombares, comuns neste período; evitam a sobrecarga nas fáscias e ligamentos, reduzindo o risco de prolapso genital e garantem uma recuperação mais rápida e tranqüila após o parto.
Importância da MAP no parto vaginal ou cesáreo.
O maior causador de lesão do assoalho pélvico é o parto. As lesões que originam os prolapsos genitais, por exemplo, podem ser visualizadas em mulheres que têm filhos, mas quase não é encontrado nas nulíparas (mulheres sem filhos), o que indica que o parto deve ser o maior responsável por estas lesões.
Mas ao contrário do que se pode imaginar, não é o parto normal o único responsável por este tipo de lesão. As lesões do assoalho pélvico ocorrem durante o segundo estágio do trabalho de parto (ou período expulsivo), onde as contrações uterinas mais fortes fazem com que a cabeça do bebê seja projetada repetidamente contra o assoalho pélvico. É neste período que acontece a dilatação do colo uterino.
É importante frisar que o período expulsivo está presente tanto no parto normal quanto na maioria dos partos casarios. É comum que a cesárea seja iniciada quando o colo uterino já começou a se dilatar, ou seja, com o período expulsivo já iniciado. Em suma, ao serem alcançados os nove centímetros de dilatação do colo uterino, o que havia para ser lesionado já o foi.
Músculo preparado corre menos risco de lesão. Assim, a mensagem que fica é que, tanto para o parto normal quanto para a cesariana, a MAP deve ser preparada - com exercícios. Em conjunto, os treinos de força, de coordenação motora da MAP e a massagem perineal durante a preparação para o parto, todos executados por fisioterapeuta especializado, podem minimizar em muito os riscos.
A lesão da MAP pelo parto desaparece logo ou é duradoura?
Durante a passagem do bebê a MAP é distendida mais de três vezes acima de sua capacidade normal de resistência. Ainda, durante o encaixe e expulsão do bebê, a inervação local sofre um longo período de compressão. A compressão contínua de uma inervação dificulta sua oxigenação e pode comprometer seu funcionamento. Na prática, um nervo lesionado leva ao mau funcionamento das estruturas inervadas por ele, no caso, a MAP, bexiga, uretra, vagina e esfíncter anal.
De fato, estudos vêm mostrando que a função elétrica (funcionamento) do nervo pudendo (que inerva a região urogenital) é reduzida em mulheres que tiveram partos, especialmente partos normais.
Mas, normalmente, as lesões por compressão nervosa tendem a regredir em algumas semanas ou, nos casos de partos mais demorados, logo nos primeiros meses.
Já para os casos de lesão muscular ou ligamentar, a correção normalmente precisa ser cirúrgica. Em alguns casos, mais brandos, exercícios específicos de fortalecimento da MAP podem fazer com que essa musculatura melhore a sustentação dos órgãos pélvicos, não necessitando cirurgia.
Não é difícil imaginar que se a MAP contrair-se durante a passagem do bebê, a lesão pode ser maior. Desta forma, mulheres que exercitam regularmente sua MAP, apresentando assim um grau maior de coordenação motora e controle da musculatura, apresentam grande vantagem.
Mulheres que dominam os exercícios perineais têm maior facilidade em relaxar a MAP para permitir a passagem mais tranqüila do bebê, e ao mesmo tempo contrair os abdominais, ajudando na expulsão. A respiração lenta e profunda trabalhada nestes exercícios ajuda a economizar energias para o momento da expulsão.
Para o parto normal, o movimento exigido da mulher é exatamente o mesmo utilizado na segunda etapa dos exercícios com o *ben wa: contração da musculatura abdominal e relaxamento da MAP. Contudo, exercícios não orientados durante a gestação oferecem grande risco, e, portanto só são indicados com o aval de um profissional competente.
Outra técnica útil na preparação para o parto vaginal é a massagem perineal. Quando realizada de maneira correta, no período certo e com freqüência adequada ela tende a aumentar na elasticidade e alongamento da entrada da
vagina, importante para o momento da passagem do bebê. Pode-se inclusive minimizar ou até evitar a necessidade de episiotomia (pequeno corte realizado pelo obstetra na entrada do canal vaginal para facilitar a passagem do bebê).
*O que é Ben Wa?
Em toda a região da Índia os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) é há milênios transmitidos de mãe para filha, como uma forma de fazer a mulher mais feliz consigo mesma, além de melhor esposa e mãe. Isso porque esses exercícios, praticados de maneira regular, melhoram a gestação, o parto e ainda potencializam extraordinariamente o desempenho sexual.
Foi lá que surgiu o ben wa, um dispositivo interessante no auxílio da identificação da MAP, bem como no treino de força e coordenação motora desta musculatura. Este pequeno aparelho é formado por duas ou mais esferas (normalmente com cerca de 5 cm de diâmetro), ligadas uma-a-outra por um cordão flexível. Elas devem ser inseridas e expulsas da vagina a partir de movimentos que trabalham a MAP e os abdominais.
Os movimentos aprendidos e aperfeiçoados com o ben wa eram utilizados inicialmente pelas mulheres tailandesas na prática do pompoarismo, uma série de exercícios desenvolvidos para potencializar o desempenho sexual da mulher. Hoje o ben wa atravessou as fronteiras daquele país, popularizando-se mundialmente e sendo conhecido como as bolinhas tailandesas.
É importante lembrar que o treino com o ben wa é voltado especificamente para o ganho de coordenação motora, não sendo seu foco principal o ganho de força. Mesmo assim, como todo treino de coordenação, ele acaba invariavelmente incrementando em alguns graus a força muscular. Para quem busca especificamente graus maiores de força, o instrumento melhor indicado seria o cone vaginal.
Exercícios de Kegel
PROTOCOLO
Classicamente, cada contração deve ser o mais vigorosa possível e durar 2 segundos. O intervalo de descanso entre cada contração deve ser de 2 a 3 segundos. Geralmente são feitas 10 contrações, duas ou três vezes ao dia.
Hoje a duração das contrações e o número de repetições variam de acordo com cada caso em particular, de acordo com a avaliação do fisioterapeuta. Os resultados podem ser sentidos logo em algumas semanas, ou em alguns casos meses. A duração do efeito depende geralmente de um programa mais leve, para a manutenção da força conseguida.
De um modo geral, os Exercícios de Kegel consistem em contrair a musculatura do assoalho pélvico.
COMO FAZER
Preferencialmente a mulher deve estar confortavelmente sentada e com as mãos repousando sobre as coxas. Porém, conforme vai se adquirindo prática, os Exercícios de Kegel podem ser realizados durante quase todas as atividades cotidianas, como durante o banho, os afazeres domésticos, no trânsito, assistindo TV... É importante criar o hábito diário e manter um horário fixo, para favorecer a regularidade do exercício.
Pode acontecer de nos primeiros dias a mulher sentir algum desconforto no local, principalmente aquelas não habituadas a este tipo específico de exercício. O desconforto é relativo à fadiga muscular, um cansaço normal de qualquer exercício físico para o qual não se está habituado. Deve desaparecer ainda na primeira semana, com a continuação do treino. Em caso de dor intensa ou persistente, o treino deve ser imediatamente descontinuado, e buscada orientação profissional.
Importante: Toda mulher a partir dos 18 anos de idade deve exercitar constantemente sua MAP mesmo que apenas com os Exercícios de Kegel, para que possam ser prevenidos prolapsos genitais ou incontinências urinárias, bem como gestação e parto mais tranqüilos e seguros
HISTÓRICO
Por volta de 1945, o médico ginecologista norte americano Arnold Kegel (pronuncia-se Kêguel) reparou que suas pacientes que sofriam de incontinência urinária após a gestação apresentavam quase sempre um visível enfraquecimento da MAP. A partir desta correlação ele imaginou que o fortalecimento da MAP deveria corrigir a incontinência urinária, e o guiou a desenvolver uma série de exercícios para a reabilitação desta musculatura, conhecidos hoje como Exercícios de Kegel em sua homenagem.
Kegel descreveu resultados surpreendentes: praticamente todas as pacientes tiveram resultados positivos. Foi registrado, em todas elas, no mínimo alguma redução na incontinência, sendo que em alguns casos o problema havia sido totalmente eliminado.
Para maior surpresa do médico, algumas das pacientes relataram uma melhora significativa no prazer durante o relacionamento sexual. Algumas delas que, por exemplo, nunca havia sentido um orgasmo anteriormente, experimentavam pela primeira vez desta sensação, simplesmente pela estimulação da MAP através daqueles exercícios tão simples. Kegel publicou uma série de artigos descrevendo a relação entre a função do assoalho pélvico com a continência urinária e o desempenho sexual da mulher, que serviram de base para a fisioterapia uro-gineco-obstétrica contemporânea.
Nota: Nem todos os casos de disfunção do assoalho pélvico são inerentes à fraqueza da MAP. Em alguns casos a falha é dos ligamentos e/ou fáscias (elásticos anatômicos que sustentam os órgãos) ou da musculatura lisa (que compõe parte da uretra e vagina, por exemplo). Nestes casos o treinamento da MAP pode resultar em muito pouco (ou nenhum) resultado prático. Consulte um fisioterapeuta especialista para conhecer seu diagnóstico funcional.
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